O que esperar do mercado no último trimestre de 2015
Dólar
A moeda que foi destaque nos últimos meses deve seguir em alta frente ao real, apontam analistas. O lado bom é que eles não esperam que o dólar suba mais. “Mesmo diante de tantas projeções pessimistas, nós não temos um cenário econômico que nos dê embasamento para pensar em moeda a 5 reais, ainda penso na moeda entre 4 e 4,10 reais”, afirma Edgar de Sá, diretor da FN Capital.
Efeito China
A desaceleração da economia chinesa deve continuar afetando a bolsa por aqui, sobretudo os papéis ligados a commodities. "O problema com a China é que o mercado ainda não sabe até que ponto a economia do país vai desacelerar. Então, qualquer novo dado baixo representa uma nova queda nas ações ligadas ao país", explica Roberto Indech, analista da corretora Rico.
Federal Reserve
Para analistas, o temor de que o banco federal norte-americano, o Federal Reserve (Fed), eleve os juros deve continuar afetando a bolsa brasileira. “O banco vem sinalizando que deve aumentar o juros no fim deste ano ou início do ano que vem", explica Roberto Indech, analista da corretora Rico.
Empresas - Petrobras
Investigações da Operação Lava Jato, preço do petróleo internacional baixo, dólar alto, questões políticas e ações sofridas nos Estados Unidos. A lista de fatores que contribuem para a queda dos papéis da Petrobras parece não ter fim. Por isso, analistas não esperam uma melhora no desempenho dos papéis da estatal este ano. "Apesar dos problemas, a Petrobras é dona de petróleo, não podemos esquecer disso. Pensando nisso continuo vendo a Petrobras como uma boa opção para investidores, mas só a longo prazo", afirma Edgar de Sá, da FN Capital.
Braskem
Petrobras e Braskem ainda enfrentam impasses diante do contrato de fornecimento de nafta, que é a principal matéria-prima da Braskem. Já foram feitos três aditivos semestrais ao contrato original e o último aditivo, de dois meses, vence no próximo dia 31 de outubro. A aposta de Edgar de Sá, diretor da FN Capital, é que o contrato de nafta deve sair positivo para a Braskem, com isso, os papéis da empresa podem apresentar uma alta.”Eu não acredito em notícias ruins para a Braskem, mas o mercado vai ficar atento. Tudo depende da condição desse contrato de nafta com a Petrobras”, afirma.
Construtoras
O desempenho das construtoras deve continuar figurando entre as perdas do pregão no quarto trimestre. Até agora, as ações da Cyrela (CYRE3), por exemplo, acumulam perdas de 24% no ano e os papéis da MRV (MRVE3) caíram 8,7%. "O setor imobiliário continua enfrentando grandes desafios com a desaceleração da economia", explica Pedro Paulo Afonso, diretor de investimentos da Tov Corretora.
*Fonte: Revista Exame